sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sentido!

- JACINTO PINTO AQUINO REGO - chamava o soldado em voz alta.

Ninguém apareceu!

Possivelmente uma brincadeira militar rotineira. Talvez para quebrar o clima conservador que paira no ar ou para agravar o estado emocional da garotada.

O cenário é um dos piores possíveis. Um bando de garotos de 17, 18 anos amontoados. Isto mesmo, aquela fase que você não consegue descrever muito bem a pessoa, ela está se descobrindo, o que quer da vida, qual sua missão na Terra.

Como a apresentação começa cedo, a maioria não tomou banho. Muitos com a cara cheia de remela nos olhos, aquele cheiro de macho exalando gases por todos os buracos possíveis (em decorrência da fase urubu, come tudo o que aparece), misturado com a merda dos pássaros que existem em volta e o cheiro de xixi de cigarra (se for primavera), por pelo menos umas 4 horinhas, até ser dispensado. Se for dispensado.

É uma humilhação geral. Primeiro você fica esperando em um espaço neutro. Neutro porque não existe absolutamente nada. Água, banco para sentar e sinuca viram objetos de filme de ficção científica. Banho de hidromassagem numa Jacuzzi? Nem pensar! Nem ao menos uma LCD de 72 polegadas para assistir Bom Dia Brasil e Mais Você. Um absurdo!

Depois de chamarem seu nome, você entra numa fila. Aliás, brasileiro adora uma fila, não pode ver uma que já vai entrando sem nem saber o motivo.

- Essa fila é pra quê?

- Estão testando os efeitos colaterais de uma nova droga para enxaqueca. Estão pagando R$ 5,00 para as cobaias.

- Nossa, que maravilha! Dá pra comprar um X-TUDO, um pastel e uma caldo de cana na Rodoviária. Que sorte a minha!

Enfim, a fila era para medir a pressão, levar uma martelada no joelho (que na verdade deixa uma dor aguda por uma semana) e responder algumas perguntas médicas.

Depois tem fila para exame de vista, que é quando você descobre que sua visão de águia tá mais fudida do que a de morcego com deficiência no radar.

Em seguida tem o exame físico, que deve ser pra pura diversão deles. Eles mandam a galera pra uma sala e manda todo mundo baixar as calças e soprar o punho pra ver se o seu saco escrotal incha! Uma situação muito escrota!

Finalmente, chega hora de jurar à bandeira e cantar o hino nacional.

Alistamento militar perfeito

O clima deveria ser descontraído. Um churrascão, com um sambão, open bar e, ao invés de um soldado chamar seu nome e enfrentar várias filas, por que não várias recepcionistas que fazem o acompanhamento pessoal até acabar os exames, trazendo carne assada, cervejinha e fazendo massagem shiatsu?

Perfeito. Isso atrairia os jovens para o alistamento militar. Muito mais candidatos iriam entrar para as Forças Armadas. Uns por causa do álcool excessivo:

- O senhor deseja entrar nas Forças Armadas?

- Ziim zenhooor! Zonhu cun izu desd zedu!

Outros pelo novo modelo militar: acolhedor e descontraído, regado a churrasco e recepcionistas lindas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olha o grude!

RIO DE JANEIRO. Cidade maravilhosa. Quarenta graus marcando no termômetro. Não havia saído na noite anterior, mas meu corpo dizia o contrário. Pegamos um ônibus da Barra até Ipanema, acho que com um dos motoristas da “Corrida Maluca“.

A impressão que tenho é que quase todos os motoristas do Rio acham que estão num autódromo ou num jogo de videogame onde se ganham pontos: destruir placa de sinalização do DETRAN – 10 pontos; atropelar cachorro em movimento – 100 pontos; toque lateral em outro ônibus – 100 a 1000 pontos (depende da duração do toque); atropelar “fanta“ na Farme de Amoedo – 1 ponto (tem muita!).

Eu já não estava bem. Estava com um resquício de asma e tosse, ficando aquele “grude“ na garganta. Antes de sair de casa ainda havia comido dois tijolos de arroz 5 x 5 cm, que não caíram bem. Parecia mais um bloco de concreto no meu estômago. Devo ter engolido inteiro, porque cada curva durante o caminho era uma pancada na parede estomacal.

Na tarde do mesmo dia iria sair o bloco Carmelitas, em Santa Teresa. Não estava bem, aliás, todos estavam exaustos, mas o carnaval exige sacrifícios. Então fomos, eu, Erika (Kaká) e André. Antes de pegarmos o metrô, tivemos a ideia de tomar um Arrebite (aquele líquido que caminhoneiro toma para não dormir na estrada). Só eu e André tomamos. Kaká fez cara de nojo! Devia ter seguido o intuição feminina, o Arrebite desceu como uma estaca de ferro. Pensei: não pode piorar!

Pegamos o metrô em Ipanema em direção à estação da Glória. O tijolo de arroz, as pancadas estomacais, o grude, o calor, o suor, somado com Arrebite é igual a enjoo forte! Com o balanço do vagão ajudando, o líquido poderia ser expelido a qualquer momento. Toda vez que a porta do vagão abria na estação, eu olhava para a canaleta entre o trem e o piso, pensava: vai ser aí mesmo! Na próxima, eu completo!

Dentro do vagão existiam, também, duas garotas “íntimas“, não esteticamente favorecidas. Uma com a pança pra fora da camisa, meio caída (parecia o Shrek). Mas isso não era o pior. O pior era o caminho da felicidade volumoso que existia na saliência abdominal, onde a outra fazia carinho lentamente, numa tentativa de fazer trancinhas nos pêlos abdominais da parceira. Dava até pra fazer penteado moicano.

A Lei de Murphy nesse instante se acentuou. E olha que sou um cara positivo. Sempre penso no lado bom da situação. Mas na hora não conseguia enxergar nenhum.

Finalmente, chegamos na estação da Glória e nada de abastecer a canaleta. Com esta, Edward Murphy deve ter ficado com inveja!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Primeira corrida

Corro há um bom tempo. Mas nunca havia participado de uma corrida. Foi então que resolvi enfrentar a primeira corrida da minha vida, a Corrida do Advogado. Afinal, são anos de treino e nenhum de competição.

Comecei devagar. Existia o percurso de 5 e de 10 km. Na época, estava correndo 4 km no Parque da Cidade. Bom, quem corre 4, corre 5 km. Lembrei que existem algumas dicas para o dia anterior à corrida, como fazer uma refeição leve, não sair, não beber e dormir cedo.

Tirando a comida leve, contrariei todas as recomendações: saí, bebi e dormi tarde. Não tão tarde! Duas e meia da manhã. Mas iria acordar às seis pra ajudar a montar um estande para campanha das eleições da OAB de 2009.

Pior do que acordar cedo num domingo, é acordar de ressaca cedo. Nem alongamento eu fiz direito pra correr. Também, depois de colocar banners em postes, carregar cadeiras e mesas, o corpo já tava amaciado, ou morrendo (na hora nem me importava mais). O joelho direito morreu, era a única certeza na hora.

Por um instante de loucura pensei em ficar no pelotão da frente. Mas depois que vi um cara parecido com o Usain Bolt, me toquei do ridículo que seria se ele ficasse pra trás nos primeiros 500 metros. Melhor deixá-lo com a imagem de corredor imbatível das Olimpíadas. Aliás, só não competi em Pequim por causa de uma dor estomacal. Cheguei a tocar o chão da pista de corrida, até dei um beijinho nela.

O que pega mesmo são os minutos antes da largada. Aquela concentração de testosterona, calor e fedor são tempero para um ótimo enjôo matinal. Pior quando fica muito apertado e fica um encostando no outro, aquela “grudação” geral, que lembra carnaval de rua.

Enfim, toca a buzina de largada. E quem disse que comecei a correr. Só após alguns segundos, depois do pelotão da frente dispersar, é que comecei a desenvolver meu potencial velocista.

Comecei a passar todos. Parecia uma Ferrari contra Fuscas. Mas isso aconteceu nos primeiros 1.000 metros. Acho que deve ter estragado a 5ª, 4ª e 3ª marcha da Ferrari. Agora eu era ultrapassado por todos. Então, pensei: “Minha primeira corrida, não vamos exigir tanto”.

Estava tranquilo com todos me passando. Quando, de repente, uma senhora idosa, com os cabelos brancos esvoaçando, me ultrapassou, e com um sorriso no rosto, enquanto eu com cara de sofrimento, de choro. Quanta energia e força de vontade dela.

Resolvi dar um gás no trote e logo estava no meio do percurso, onde existiam pontos de abastecimento (onde pega aqueles copinhos d’água). Sempre quis fazer isso: apertar o copo, beber um pouco e jogar o resto na cara, que nem maratonista.

Na TV parece mais fácil. Peguei o copo, apertei e nada. Tentei tirar o selo de alumínio e não consegui. Só me restava utilizar uma técnica milenar que aprendi com os astutos guerreiros samurais. Com um golpe certeiro, enfiei meu dedo indicador no selo, o que resultou num buraco para saída perfeita da água.

Consegui beber a água. Fiquei tão feliz que até peguei outro copo, para repetir o golpe. Decisão infeliz. Fiquei com a barriga cheia de água. Parecia que eu tinha uma piscina olímpica de ondas no meu estômago.

Nos últimos 2,5 km parecia que, enquanto eu corria, um golfinho nadava dentro de mim. Mas resisti o incômodo e completei a prova em 28 minutos e alguns segundos.

Fiquei feliz com minha primeira corrida, mas preciso praticar essa abertura de copo. Ah, se não fosse a técnica samurai, podia ter morrido de sede!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Uma boa ideia

Férias de janeiro em Cancún, parecia uma boa ideia. E pro México fui com minha família, fazer programa típico de turista. Sempre achei horrível fazer programa de turista. Por mim ficava na praia, com aquela água azul transparente, que mais parece um Curaçau Blue, bebendo tequila até virar mexicano nativo ou um pirata do Caribe.


Mas não neste dia. Fomos visitar a cidade antiga de Chichén Itzá, da antiga civilização maia, que, aliás, eram excelentes construtores e matemáticos. Uma de suas belas construções é a pirâmide de Kukulcán.


Após 7 horas, 14 minutos e 38 segundos, consegui chegar ao topo da pirâmide. Paisagem maravilhosa, mas só de pensar nos milhares de degraus abaixo, tirei o sorriso do rosto. E não eram simples degraus, eram "grandaus" (eles eram enormes!). Queria ser uma bola de pilates nessa hora.


Descida completa, sempre parando pra recuperar o fôlego. Mas a expedição ainda não tinha acabado. Havia uma entrada por dentro da pirâmide e, ao lado uma placa que advertia, em espanhol e em inglês, que pessoas com problemas cardíacos, respiratório, circulatório, pressão alta... deveriam evitar a entrada.


Tenho minhas crises de asma, uma vez ou outra, mas depois de subir a pirâmide estava me sentindo o Harrison Ford em Indiana Jones. Nada me pararia agora! Nem mesmo um beijo da mulher do Planeta dos Macacos.


Minha irmã, Patrícia, entrou comigo, enquanto minha mãe e avó esperavam tranquilas ao ar livre.


Túnel apertado, paredes úmidas, cheiro de cecê de múmia, pouca iluminação e, à medida que eu adentrava la piramide o ar ficava mais rarefeito (parece que estão comprimindo seus pulmões). Tem que respirar profundamente para o ar chegar aos pulmões e manter o organismo funcionando normalmente.


Pra melhorar, existia uma escada que apontava pro cume da maldita, em um corredor ainda mais apertado (degraus externos gigantes, túnel interno minúsculo, ô povo estranho!). Era como se o corredor fosse individual, pois da metade pra esquerda, o povo descia; na outra, subia.


Comecei a peregrinação. Fila indiana, parede úmida, ar rarefeito, falta de ar. Nunca tinha passado por situação parecida. A não ser uma vez em Brasília, no Parque de Diversões Nicolândia (Parque da Cidade), ao ver os parafusos soltando, enquanto passeava pela montanha-russa.


Assim que terminei a subida, avistei duas esculturas estranhas e tentei tirar uma foto (os órgãos já estavam falhando) e já comecei a descida em alta velocidade, atropelando os gringos que apareciam na minha frente. Acho que até fiz uma terceira fila. Eu estava parecendo um espermatozóide, que não consegue penetrar no óvulo, segundos antes de morrer.


Quando, enfim, ar puro! Nos filmes não vemos o ator e a linda e suada atriz, normalmente com uma regatinha branca ou marrom aparecendo o decote, passarem mal quando entram em uma caverna ou tumba.


Eu podia ter ficado na praia, olhando para o mar azul transparente e tomando tequila até virar mexicano. Parecia uma boa ideia.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mar de gente

Mais de 400 salvamentos nas praias fluminenses nesta sexta-feira, dizia o noticiário. Certamente o mar não estava pra peixe. Em Ipanema, a menor onda tinha 2 metros. Pensei até em montar, ali na hora, uma escolinha de como pegar jacaré sem levar caixote. Iria ficar rico em um dia!

Por causa do feriado, sexta-feira da paixão, e do sol, a praia estava lotada. Estava muito quente e estávamos dispostos a começar o dia saudavelmente. Em outras palavras, sem álcool. Pedimos um Guaraplus pro Luís, que já queria empurrar uma Itaipava gelada (não que isso seja ruim, mas é porque não estava descendo).

A luta durou pouco. Matamos em 1 minuto o Guaraplus e já estávamos com sede (nós, mortais brasileiros, apelidamos este evento de “ressaca”). Levantei com firmeza da cadeira de sol com o objetivo de pegar uma garrafa d’água. O André fez o sinal positivo, indicando a coisa certa a fazer.

Caminhei durante inacabáveis segundos na areia quente, com aquela lua de trinta e tantos graus sorrindo pra mim.

- E aí, Marcelo, duas Itaipavas? – o Luís perguntou com aquele sorriso contagiante.
- Ah, quer saber, tá no inferno abraça o capeta. Duas geladas e uma água (a parte saudável ainda resistindo).

Tava tão quente o dia, que se caísse caroço de milho na areia, saía pipoca. A cerveja desceu que nem água. Parecia até propaganda de cerveja (ainda mais com o modelo aqui).

Uma, duas, três, quatro. Na praia parece que demora mais tempo pra ficar bêbado. Deve ser a transpiração. Enfim, uma hora a natureza chama para o maior banheiro público do mundo. Macaco velho vai até cobrir a cintura de água, disfarça e faz ali mesmo. Quando você vê um homem no mar, com a água até a cintura, olhando pro horizonte, não tenha dúvida: ele está fazendo. Às vezes a onda volta e a água fica na canela. O segredo é não se intimidar e continuar o processo sem timidez. Tá tudo molhado mesmo. Só não pode esquecer de iniciar o processo só após submersão total da cintura.

Os mais bebuns avançam no mar, furam onda, comem areia, rolam que nem um urso tailandês recém-nascido. Depois não conseguem voltar para a areia. E lá vem o helicóptero de resgate dos bombeiros, pescar com uma rede os pobres coitados. Confesso que sempre quis ser resgatado pela “redinha”. Maior micão, mas a vida não deve ser levada tão a sério mesmo. Ou melhor, maior peixão!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Miss Simpatia

Era mais uma manhã de sol no Rio e eu estava indo pra praia com o André.

Enquanto isso, no prédio vizinho uma mulher tentava estacionar um Fox novinho, não tinha nem placa.

Ficamos olhando fixamente para o carro, enquanto passávamos, pois estava prestes a bater em uma árvore da calçada. Ainda arranhou a marcha, numa tentativa infeliz de engatá-la. Pensei: vai bater! Eis que surge a tenebrosa voz de dentro do carro:

- Que que foi? Tá olhando o quê? Não entendi!
- Que que foi o quê? Tá louca?! – disse com o calmo tom de descendente de italiano, enquanto o André, mudo, pensava: não entendeu o quê, que você vai bater na árvore ou que você é barbeira?

Seguimos pra praia rindo da motorista insana. Sol aqui, banho de mar ali, cerveja acolá. Quanto voltamos, lá estava a Bruxa do 71 plantada em pé na frente do prédio, resmungando (pra variar). De cada dez palavras que a velha soltava, onze eram palavrões. Antes de entrar no prédio vi um guincho na frente do prédio. Falei com um leve sorriso na boca:

- O guincho deve ter vindo pegar o carro batido.

Quando descemos, o Fox da Mãe Diná já estava em cima do guincho, pra alegria da população carioca. Não aguentei de tanta tristeza. Segundos depois, descobri que a Dercy Gonçalves era famosa por sua rara simpatia. Uma mulher do outro lado da rua falava com outra pessoa:

- Aquela velha chata acabou de bater o carro novinho.
- Chata mesmo! – falei alto, não resistindo à oportunidade.

Agora, toda vez que olho pra árvore, lembro da frase da Miss Simpatia como uma relaxante música para os ouvidos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Biblioteca


Já fiz muitos planos na vida, mas em nenhum deles estava em uma biblioteca, estudando oito horas por dia. Pelo contrário, geralmente tem praia, sol, comida, sempre com uma deusa te beijando. Doce ilusão! Voltemos à realidade.


Cadeira dura de madeira, banheiro insalubre, marca-texto, apostilas, livros, leis, barra de cereal, garrafa d’água, Guara Viton e mochila (pra carregar tudo isso).


Os pensamentos que surgem quando se senta para estudar são os mais inúteis: o que vou almoçar; tenho que levar o carro pra revisão; quando irei na loja trocar aquela roupa que não gostei; nossa, que perna cabeluda, preciso me depilar (essa é pras mulheres!). Pros mais boêmios: o que vou fazer no fim de semana (isso na segunda-feira), ou, ainda, pros alcoólatras: preciso ir ao lançamento daquela nova cerveja naquele bar novo, na quarta-feira às nove da manhã.


Não podemos esquecer do fenômeno “Bela Adormecida”. Você pode ter acabado de acordar, daquela noite bem dormida, mas, uma vez sentado na cadeira, o sonífero é injetado. Existe até uma resistência, você esfrega os olhos, lê o mesmo parágrafo dezessete vezes, até a hora que você se entrega ao momento e cochila como uma lhama. ATENÇÃO: Nesta hora é preciso ter cuidado para não babar e manchar as anotações.


Profissão estudante. Jornada diária de oito horas, com intervalo para almoço, não remunerada. Uma das mais árduas profissões, só perde pra faxineiro da rodoviária de Brasília e kamikaze oriental.


Todo dia as mesmas pessoas, cada um com suas manias. Tem aqueles que chegam da academia, outros vêm depois. Tem uns que sempre chegam com cara de sono (efeito “Bela Adormecida” prolongado). Há, também, aqueles que parecem que moram na biblioteca. Toda vez que chego, a pessoa já tá pegando no batente, e quando saio, ainda está no mesmo compasso.


Tem quem lancha quase sempre no mesmo horário. Outros nem lancham, às vezes nem bebem água. Sinceramente, não sei como! Minha cabeça começa a doer se fico mais de 3 horas sem comer e eu bebo água que nem um camelo. Fico imaginando o tamanho do prato dessas pessoas na hora do almoço (outro pensamento inútil).


Outro dia vi uma garota com um livro de Química 3, logo deduz-se que é do 3º ano ou é doida (pra estudar Química, sem mais nem menos). Estudou umas duas horas. Ela chegou junto comigo. Eu, de havaianas brancas, bermuda verde e camiseta branca (quase um piscineiro, só falta a peneira). Ela de tênis, saia e pólo de tenista e, por que não, uma raquete de tênis. Sempre gostei de mulheres com roupa de tenista, fica sexy.


Raras as vezes que eu ficava estudando por duas horas, ainda mais em biblioteca. Só em véspera de prova, claro! As tentações eram grandes, e o pior, é que agora aumentaram.


A única coisa que tenho certeza é que pessoas com essa atitude estão no caminho certo. Ou não! Como dizem os concurseiros: quanto mais estudo, mais tenho certeza que preciso estudar mais.