quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mar de gente

Mais de 400 salvamentos nas praias fluminenses nesta sexta-feira, dizia o noticiário. Certamente o mar não estava pra peixe. Em Ipanema, a menor onda tinha 2 metros. Pensei até em montar, ali na hora, uma escolinha de como pegar jacaré sem levar caixote. Iria ficar rico em um dia!

Por causa do feriado, sexta-feira da paixão, e do sol, a praia estava lotada. Estava muito quente e estávamos dispostos a começar o dia saudavelmente. Em outras palavras, sem álcool. Pedimos um Guaraplus pro Luís, que já queria empurrar uma Itaipava gelada (não que isso seja ruim, mas é porque não estava descendo).

A luta durou pouco. Matamos em 1 minuto o Guaraplus e já estávamos com sede (nós, mortais brasileiros, apelidamos este evento de “ressaca”). Levantei com firmeza da cadeira de sol com o objetivo de pegar uma garrafa d’água. O André fez o sinal positivo, indicando a coisa certa a fazer.

Caminhei durante inacabáveis segundos na areia quente, com aquela lua de trinta e tantos graus sorrindo pra mim.

- E aí, Marcelo, duas Itaipavas? – o Luís perguntou com aquele sorriso contagiante.
- Ah, quer saber, tá no inferno abraça o capeta. Duas geladas e uma água (a parte saudável ainda resistindo).

Tava tão quente o dia, que se caísse caroço de milho na areia, saía pipoca. A cerveja desceu que nem água. Parecia até propaganda de cerveja (ainda mais com o modelo aqui).

Uma, duas, três, quatro. Na praia parece que demora mais tempo pra ficar bêbado. Deve ser a transpiração. Enfim, uma hora a natureza chama para o maior banheiro público do mundo. Macaco velho vai até cobrir a cintura de água, disfarça e faz ali mesmo. Quando você vê um homem no mar, com a água até a cintura, olhando pro horizonte, não tenha dúvida: ele está fazendo. Às vezes a onda volta e a água fica na canela. O segredo é não se intimidar e continuar o processo sem timidez. Tá tudo molhado mesmo. Só não pode esquecer de iniciar o processo só após submersão total da cintura.

Os mais bebuns avançam no mar, furam onda, comem areia, rolam que nem um urso tailandês recém-nascido. Depois não conseguem voltar para a areia. E lá vem o helicóptero de resgate dos bombeiros, pescar com uma rede os pobres coitados. Confesso que sempre quis ser resgatado pela “redinha”. Maior micão, mas a vida não deve ser levada tão a sério mesmo. Ou melhor, maior peixão!