quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olha o grude!

RIO DE JANEIRO. Cidade maravilhosa. Quarenta graus marcando no termômetro. Não havia saído na noite anterior, mas meu corpo dizia o contrário. Pegamos um ônibus da Barra até Ipanema, acho que com um dos motoristas da “Corrida Maluca“.

A impressão que tenho é que quase todos os motoristas do Rio acham que estão num autódromo ou num jogo de videogame onde se ganham pontos: destruir placa de sinalização do DETRAN – 10 pontos; atropelar cachorro em movimento – 100 pontos; toque lateral em outro ônibus – 100 a 1000 pontos (depende da duração do toque); atropelar “fanta“ na Farme de Amoedo – 1 ponto (tem muita!).

Eu já não estava bem. Estava com um resquício de asma e tosse, ficando aquele “grude“ na garganta. Antes de sair de casa ainda havia comido dois tijolos de arroz 5 x 5 cm, que não caíram bem. Parecia mais um bloco de concreto no meu estômago. Devo ter engolido inteiro, porque cada curva durante o caminho era uma pancada na parede estomacal.

Na tarde do mesmo dia iria sair o bloco Carmelitas, em Santa Teresa. Não estava bem, aliás, todos estavam exaustos, mas o carnaval exige sacrifícios. Então fomos, eu, Erika (Kaká) e André. Antes de pegarmos o metrô, tivemos a ideia de tomar um Arrebite (aquele líquido que caminhoneiro toma para não dormir na estrada). Só eu e André tomamos. Kaká fez cara de nojo! Devia ter seguido o intuição feminina, o Arrebite desceu como uma estaca de ferro. Pensei: não pode piorar!

Pegamos o metrô em Ipanema em direção à estação da Glória. O tijolo de arroz, as pancadas estomacais, o grude, o calor, o suor, somado com Arrebite é igual a enjoo forte! Com o balanço do vagão ajudando, o líquido poderia ser expelido a qualquer momento. Toda vez que a porta do vagão abria na estação, eu olhava para a canaleta entre o trem e o piso, pensava: vai ser aí mesmo! Na próxima, eu completo!

Dentro do vagão existiam, também, duas garotas “íntimas“, não esteticamente favorecidas. Uma com a pança pra fora da camisa, meio caída (parecia o Shrek). Mas isso não era o pior. O pior era o caminho da felicidade volumoso que existia na saliência abdominal, onde a outra fazia carinho lentamente, numa tentativa de fazer trancinhas nos pêlos abdominais da parceira. Dava até pra fazer penteado moicano.

A Lei de Murphy nesse instante se acentuou. E olha que sou um cara positivo. Sempre penso no lado bom da situação. Mas na hora não conseguia enxergar nenhum.

Finalmente, chegamos na estação da Glória e nada de abastecer a canaleta. Com esta, Edward Murphy deve ter ficado com inveja!

4 comentários:

DIOGO FERNÃO COELHO disse...

Irado! como sempre, liberou o poeta que tava dentro de ti. kkkkkkkkk

Atropelar a“fanta“ na Farme, 1 ponto ... o melhor foi o comentário (tem muuuuuita!) kkkkk

Ah, mlk! Olha o Grude!!!

Quem conta um conto aumenta um ponto disse...

Marcelo, Carielo, estou chorando de rir!!! Adorei as descrição das duas meninas que estavam no metrô com vocês!! Fantástico seu texto!! Amei!! Hahahahahahahahahaha...demais!
Beijos. Marina.

P F disse...

"Estava com um resquício de asma e tosse, ficando aquele “grude“ na garganta"... Se não me falha a memória esse grude durou o carnaval todo...kkkkkkkkkkkk

Unknown disse...

sou a famosa Kaka do texto... boca, vc eh um POETERO! hahahahhaha adoro ler as coisas que vc escreve e a memoria desse dia ainda esta fresca em minha mente, continuei essa estoria na minha cabeca, o bloco, o calor, o sol estupidamente quente em nossas cabecas e vc esqueceu de um detalhe... a LOIRA DA LAJE de biquine se achando a gostosona olhando o bloco passar!!!! hahahahah saudades.. ano que vem tem mais!